Estas duas estrofes descrevem dois momentos subsequentes: em
primeiro lugar, o sonho que o rei D. Manuel teve, no qual lhe apareceu o Rio
Ganges para profetizar sobre Portugal, sendo que, mesmo depois de dar aos
portugueses “dura guerra”, este grande povo lusitano iria dominar novas terras
ultramarinas: “Mas, insistindo tu, por derradeiro. / Com não vistas vitórias,
sem receio. / A quantas gentes vês, porás freio.”Em segundo lugar, a atitude
imediata do rei, avisando os seus súbditos sobre os feitos gloriosos a eles
reservados, o que os anima e faz partir de Lisboa em direcção ao Oriente,
ávidos dessa glória, como se pode ler em “Determinam o náutico aparelho. / Pera
que, com sublime coração, / Vá a gente que mandar cortando mares / A buscar novos
climas, novos ares.” Repare-se na perífrase “náutico aparelho” (em vez de
nau/caravela/barco) cuja expressividade é a de realce do meio por onde esse
“aparelho” iria movimentar-se: o mar.
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