Quem lê a obra percebe logo desde o inicio que esta se apresenta como uma critica cheia de ironia e sarcasmo à opulência do rei e de alguns nobres por oposição à extrema pobreza do povo. «Esta cidade, mais que todas, é uma boca que mastiga de sobejo para um lado e de escasso para o outro»; »A tropa andava descalça e rota, roubava os lavradores». Os principais alvos de sátira são o adultério e a corrupção dos costumes. Encontramos criticas à Mulher, pois esta encontra-se à escondidas com homens («entre duas igrejas, foi encontrar-se com um homem.»); criticas a «uns tantos maridos cucos» e os frades pecadores não são perdoados, pois a sua missão não permitem que andem a içar «as mulheres para dentro das celas e com elas se» gozem.
Desenganem-se os os nobres e o próprio Rei, pois a critica não lhes passa ao lado, até porque José Saramago considera que as freiras o recebem «nas suas camas», nomeadamente a madre Paula de Odivelas.
Desenganem-se os os nobres e o próprio Rei, pois a critica não lhes passa ao lado, até porque José Saramago considera que as freiras o recebem «nas suas camas», nomeadamente a madre Paula de Odivelas.
A sátira estende-se a Mafra e à situação dos trabalhadores; à atitude do Rei em obrigar todos aqueles que eram capazes a trabalhar no convento; aos príncipes, como D. Francisco que se entretém a «espingardear» os marinheiros ou quer seduzir a rainha, sua cunhada, e tomar o trono.
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